Internacional sem Wesley: Roger Machado muda time e vence o Fortaleza por 2 a 1

Internacional sem Wesley: Roger Machado muda time e vence o Fortaleza por 2 a 1

Inter muda sem Wesley, ganha gás e volta a pontuar em casa

Sem Wesley na lista de relacionados, o Internacional mexeu na estrutura do time e venceu o Fortaleza por 2 a 1, no Beira-Rio, em jogo da 22ª rodada do Brasileirão, em 31 de agosto de 2025. A decisão de Roger Machado de alterar o meio e os lados do ataque virou o roteiro da noite. O Inter vinha de duas derrotas seguidas e precisava dar uma resposta. Conseguiu.

A ausência de Wesley forçou ajustes. Roger deixou também Richard e Bruno Tabata fora do time titular e promoveu três entradas que mudaram o ritmo da equipe: Thiago Maia passou a dar sustentação por dentro, Carbonero ofereceu profundidade pelo lado e Vitinho levou agressividade ao ataque. O efeito foi direto: mais pressão sem a bola, transições rápidas e ocupação melhor dos espaços entre linhas do Fortaleza.

O contexto pesava dos dois lados. Antes da bola rolar, o Inter ocupava a 13ª posição, com 24 pontos, pressionado para se afastar do Z-4. O Fortaleza vivia fase delicada: penúltimo, 15 pontos e cinco jogos sem vitória. O cenário pedia urgência para os dois. No fim, o time gaúcho foi mais organizado nas decisões e levou os três pontos.

As mudanças de Roger deixaram o time mais equilibrado. Thiago Maia foi o pêndulo à frente da zaga, liberando os meias para pisar mais na área. Carbonero segurou o lateral adversário e abriu corredor para as infiltrações de Alan Patrick. E Vitinho, no duelo direto com os defensores cearenses, combinou arrancadas com recomposição, ajudando a travar a saída curta do Fortaleza.

O Inter não dominou o jogo do início ao fim, mas foi mais maduro nas fases em que sofreu pressão. Quando o Fortaleza tentou adiantar as linhas, os donos da casa baixaram o bloco, fecharam o funil na frente da área e aceleraram assim que roubaram a bola. Foi nesse desenho que saíram as melhores chances.

Como foi o jogo: Alan Patrick decide, Vitinho desequilibra, e o Fortaleza segue em alerta

Como foi o jogo: Alan Patrick decide, Vitinho desequilibra, e o Fortaleza segue em alerta

A partida teve uma marca clara: o Inter foi mais eficiente nos momentos-chave. Alan Patrick apareceu como referência técnica, organizando a posse e atacando as costas dos volantes rivais. Em uma chegada bem trabalhada, ele marcou o primeiro e acalmou o ambiente no Beira-Rio. O Fortaleza sentiu, mas não abandonou o plano: tentou circular a bola por dentro, atrair o Inter e achar o passe entrelinhas para Lucca.

Vitinho foi o nome mais incisivo do segundo tempo. Além da participação sem bola, ele atacou o espaço com tempo certo e deixou o dele, ampliando a vantagem. O gol coroou a escolha de Roger ao colocá-lo como titular no lugar de Wesley, oferecendo profundidade e presença diária na área. A atuação dá a ele um argumento forte para seguir na equipe.

O Fortaleza reagiu com insistência, especialmente após mudar a dinâmica pelos lados. Lucca, referência técnica do time cearense na noite, descontou e manteve o jogo vivo. Foi o suficiente para deixar o Inter em alerta até o fim, mas não para tirar os pontos do Beira-Rio. Ainda assim, a equipe visitante ampliou a sequência sem vitórias para seis partidas, número que liga o sinal amarelo para a sequência do campeonato.

Do ponto de vista tático, o Inter mostrou duas virtudes que andavam sumidas: controle emocional e coordenação defensiva. Sem precisar se expor além da conta, marcou em blocos sincronizados, protegeu a área e escolheu bem quando acelerar. A troca de peças sugeriu um 4-3-3 flexível, que virava 4-2-3-1 com Alan Patrick mais livre por dentro. Thiago Maia deu o lastro para isso funcionar.

Para Roger Machado, o resultado traz oxigênio e tempo de treino com menos turbulência. Mais do que os três pontos, a atuação oferece um norte: intensidade com bola, agressividade para recuperar a posse e protagonismo dos pontas. Carbonero, mesmo sem marcar, cumpriu bem a função de esticar o campo e abrir espaço para as infiltrações de Alan Patrick e os diagonais de Vitinho.

Do lado do Fortaleza, a leitura é dura. A equipe voltou a competir após sair atrás, mas segue sofrendo com oscilações no último terço: falta transformar posse em chances claras. O gol de Lucca mostra que há qualidade para reagir, mas o time precisa ser mais frio no penúltimo passe e nas bolas paradas, que pouco ameaçaram no Beira-Rio.

Sem Wesley entre os relacionados, a direção e a comissão técnica não detalharam o motivo. No campo, a resposta coletiva minimizou a ausência. Em um campeonato de tiro longo, decisões assim — de ajustar o perfil dos lados e fortalecer o meio — costumam pesar. O Inter ganha alternativas: Vitinho sobe a cotação; Carbonero abre disputa aberta pela ponta; e Thiago Maia consolida a proteção ao setor defensivo.

No fim, a noite em Porto Alegre teve o roteiro que o torcedor esperava: vitória, desempenho mais sólido e sinais de evolução. O placar de 2 a 1 tira a pressão imediata, dá confiança ao elenco e encurta a distância em relação ao meio da tabela. Para o Fortaleza, é reorganizar a casa, estancar a sequência negativa e reencontrar um plano de jogo que gere mais volume e contundência nos metros finais.

O Brasileirão não espera. A lição que fica do Beira-Rio é simples: quando o plano é claro e as funções se encaixam, a execução aparece. O Inter precisou de ajustes para virar a chave. Conseguiu. O Fortaleza precisa transformar competitividade em pontos. E rápido.

setembro 1 2025 Thalyta Selvatici Machado

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