Quando Max Verstappen, piloto da Red Bull Racing cruzou a linha de chegada do Grande Prêmio do Azerbaijão 2025Circuito de Baku com 15,3 segundos de vantagem, garantiu a pole, a volta mais rápida e liderou todas as 51 voltas – o tão falado grand slam. O holandês chegou à sua 67ª vitória na carreira e à quarta da temporada, reafirmando que está quase impossível tirá‑lo de vez do topo da Fórmula 1.
A briga pelo Campeonato Mundial de Pilotos tem sido acirrada desde o início do ano. Após as duas primeiras corridas, Charles Leclerc havia liderado, mas a consistência de Verstappen nas pistas de três‑quartos de hora de corrida acabou por pôr a Red Bull à frente. A quinta corrida, em Mônaco, trouxe ainda mais tensão, pois a chuva interrompeu a partida e o holandês foi forçado a mudar sua estratégia de pneus duas vezes.
É justamente esse histórico de adaptações que ajudou Verstappen a chegar a Baku com confiança total. A equipe havia apresentado um carro com melhor equilíbrio aerodinâmico nas retas curtas do circuito, algo crucial para o traçado estreito e com curvas de alta velocidade.
O GP do Azerbaijão de 2025 foi marcado por um clima abafado, típico de setembro na capital de Azerbaijão. O sol forte manteve as temperaturas acima de 30 °C, o que influenciou a degradação dos pneus nas primeiras voltas.
Logo na primeira volta, Verstappen já mostrava domínio: ao completar a primeira volta em 1 min 43,712 s, já estabelecia a barreira que os concorrentes teriam de superar. A volta mais rápida, registrada na volta 39, foi de 1 min 41,823 s – novamente do piloto da Red Bull.
Ao lado de Verstappen, George Russell, da Mercedes, terminou em segundo lugar, a 14,609 s de diferença. O britânico colheu 18 pontos, crucial para a luta da Mercedes na classificação de construtores.
O terceiro posto foi ocupado por Carlos Sainz Jr., da Williams. Esse pódio representou a primeira aparição no top 3 da equipe desde o GP de Mônaco de 2021, quebrando um jejum de quatro anos sem troféus.
Entre os destaques da corrida, a estreia de Kimi Antonelli, 19‑ano da Mercedes, ficou em 4.º, a apenas 21,760 s do líder. Seu desempenho deu à Mercedes o impulso necessário para superar a Ferrari e ocupar a terceira posição do campeonato de construtores.
O italiano mostrou maturidade acima da média, mas a corrida ficou marcada também pelos percalços da McLaren. Lando Norris sofreu um pit stop de 4,1 s na volta 38 devido a uma falha na pistola de fixação do pneu dianteiro esquerdo, o que o fez perder posições e terminar apenas em sétimo.
Já Oscar Piastri abandonou ainda na primeira volta, depois de colidir com outro carro na largada. O acidente provocou o único safety car da corrida, atrasando o ritmo de todos.
Do outro lado da tabela, o neozelandês Liam Lawson chegou ao quinto lugar – sua melhor colocação até hoje – enquanto o japonês Yuki Tsunoda completou o top 6 com consistência.
Após a corrida, Christian Horner, chefe da Red Bull, elogiou a estratégia "perfeita" adotada pela equipe: "Tivemos o carro certo, a pista certa e o piloto certo. Max entregou um espetáculo que poucos podem replicar".
Por outro lado, Toto Wolff, diretor‑executivo da Mercedes, destacou a importância do resultado de Russell e Antonelli: "Estamos muito satisfeitos com a evolução da carga aerodinâmica. Esta corrida nos coloca bem posicionados para a segunda metade da temporada".
A liderança da Williams também recebeu aplausos. James Vowles, diretor técnico, comentou: "O terceiro pódio é um marco. A equipe está crescendo e o Sainz entregou uma corrida exemplar".
Já o piloto da McLaren, Lando Norris, reconheceu o erro: "Um pit stop tão lento não deveria acontecer. Vamos analisar o que falhou e corrigir antes de Barcelona".
Esses números mudam o panorama de desenvolvimento de cada equipe. Enquanto a Red Bull mantém foco em melhorar a confiabilidade dos sistemas de energia híbrida, a Mercedes tem agora de pensar em estratégias de qualificação para recuperar posições nas próximas corridas.
O próximo grande teste será o GP de São Paulo, onde o calor novamente será fator decisivo. A Red Bull pretende aproveitar a vantagem de pista curta e acelerar ainda mais, enquanto a Mercedes buscará otimizar o ciclo de pneus em circuitos urbanos.
Para a Williams, a missão é transformar o pódio de Baku em um ritmo constante, aproveitando o impulso de Sainz. A McLaren, por sua vez, tem o prazo curto para corrigir falhas de pit stop antes da corrida em Spa‑Francorchamps.
Enquanto isso, os fãs ao redor do mundo celebram o grand slam de Verstappen – o sexto da sua carreira – e se perguntam se alguém poderá romper essa sequência nos próximos meses.
Com 42 pontos de vantagem sobre Charles Leclerc, Verstappen aumenta sua margem para um título que já parece garantido, mas ainda depende da consistência da Red Bull nos próximos Grandes Prêmios.
Assumir a terceira posição fortalece a moral da equipe e melhora a distribuição de receitas da FIA, além de atrair potenciais patrocinadores interessados em estar entre os top‑3.
É o primeiro pódio desde 2021, sinalizando que as melhorias técnicas da equipe estão dando frutos e podem levar a uma retomada da competitividade contra os candidatos de ponta.
Piastri colidiu logo na primeira volta ao ser empurrado por outro carro na largada, danificando a suspensão. O dano foi suficiente para retirar o carro da pista, gerando o único safety car da corrida.
Espera‑se calor intenso e pista de alta velocidade, fatores que favorecem tanto a Red Bull quanto a Mercedes. A corrida será crucial para definir se Verstappen amplia ainda mais sua vantagem ou se os rivais conseguem fechar a diferença.
Luis Fernando Magalhães Coutinho
outubro 6, 2025 AT 04:13É inaceitável que a maioria dos fãs simplesmente celebre a vitória sem refletir sobre a responsabilidade que o esporte tem ao promover a competição justa, afinal, cada ponto representa esforço, investimento e sacrifício; Verstappen certamente brilhou, porém, não podemos ignorar que o domínio de uma equipe pode desencorajar a diversidade de estratégias, o que é prejudicial ao desenvolvimento técnico geral, portanto, é preciso incentivar políticas que fomentem a igualdade de oportunidades entre todos os construtores, especialmente aqueles que ainda lutam por recursos; somente assim o campeonato permanecerá saudável e atrativo para novas gerações.