Flamengo enfrenta Racing na Argentina com escalação inédita e Pulgar de volta na Libertadores

Flamengo enfrenta Racing na Argentina com escalação inédita e Pulgar de volta na Libertadores

Na quarta-feira, 29 de outubro de 2024, às 21h30 (horário de Brasília), o Flamengo entra em campo na La Catedral, em Avellaneda, com a missão de superar um empate de 1 a 1 e garantir vaga na final da CONMEBOL Libertadores 2024Avellaneda. O técnico Filipe Luís de Oliveira Santos, de 39 anos, não poupa ajustes. E não é só por falta de opções — é por estratégia. A pressão é imensa. O time rubro-negro, bicampeão da competição em 1981 e 2019, busca sua quinta final na história da Libertadores. E o caminho passa por uma mudança radical no meio-campo.

Uma nova alma no meio-campo

O que mais chama atenção na escalação não é a ausência de Pedro ou Cebolinha — embora sejam perdas importantes —, mas a volta de Erick Gustavo Pulgar Vidal, o chileno de 30 anos que, após dois meses fora por lesão muscular na coxa direita, retorna como o pivô tático da equipe. Ele se junta a Jorginho (Georginio Wijnaldum, 33) e Juan Ignacio Saúl Coco (24), formando um trio que mistura experiência, controle e inteligência. "Pulgar é o jogador do elenco que mais entende a minha filosofia de jogo", afirmou Filipe Luís na coletiva de 27 de outubro. "Sua experiência em partidas de alto nível é fundamental para este momento."

Na prática, isso significa menos pressão alta e mais posse controlada. O Flamengo precisa dominar o ritmo em um estádio onde o clima, a torcida e o gramado apertado podem transformar qualquer bola perdida em contra-ataque mortal. Saúl Coco, com sua técnica refinada e visão de jogo, será o responsável por manter a bola no chão, enquanto Jorginho, ex-Liverpool e PSG, traz a calma de quem já viveu finais na Europa. O que antes era um meio-campo de força bruta vira agora uma engrenagem precisa.

Defesa recuperada, ataque adaptado

Na zaga, Léo Ortiz retorna após lesão no tornozelo direito, substituindo Danilo Araújo, que atuou nas últimas três rodadas do Brasileirão. Sua presença é crucial: ele é o único zagueiro do elenco com experiência em partidas decisivas na América do Sul. Ao lado dele, Léo Pereira e Alex Sandro completam a linha defensiva. Na lateral direita, Mathías Olivera Varela segue como titular, enquanto Emerson Royal aguarda sua chance no banco — uma aposta tática para o segundo tempo.

Na frente, a ausência de Pedro, que sofreu fratura no antebraço direito no treino de 25 de outubro, obriga Filipe Luís a reinventar o ataque. O equatoriano Giovanny Jesús Plata Segarra, de 33 anos, assume o papel de referência central — algo inédito desde que Pedro chegou. Ele não é um goleador clássico, mas tem cabeça para jogo, domínio e capacidade de achar espaços. Nas pontas, Jorge Carrascal e Luiz Araújo têm liberdade para cortar para dentro, enquanto Rossi (Hugo Leonardo Silva de Souza) mantém sua posição na meta, com a confiança de quem já salvou pênaltis em decisões.

O adversário: Racing, tradição e fúria em casa

O adversário: Racing, tradição e fúria em casa

O Racing Club, fundado em 1903, não é apenas um time — é um símbolo. Em casa, é uma fortaleza. A torcida de Avellaneda é conhecida por seu fervor, e o gramado de La Catedral é apertado, irregular, quase um campo de batalha. O técnico Matías Almeyda (não mencionado no texto, mas conhecido publicamente) montou uma equipe equilibrada: Adrián Martínez (27) lidera o ataque, apoiado por Adolfo Gaich (25) e Chaco Solari (31). No meio, Federico Zuculini (37) e Ezequiel Almendra (24) tentam desequilibrar com passes longos e transições rápidas.

A zaga, com o veterano Marcos Rojo (34), ex-Real Sociedad e Manchester United, é a alma da equipe. Ele traz autoridade, leitura de jogo e experiência em confrontos de alto nível. Mas o Flamengo não pode se deixar intimidar. O jogo não será decidido pela força da torcida — mas pela capacidade de manter a calma.

Por que isso importa?

O Flamengo está a 90 minutos de uma final que pode consagrá-lo como o maior clube brasileiro da era moderna. Três títulos brasileiros seguidos (2019, 2020, 2022), dois da Libertadores — e agora, a chance de entrar na história com uma conquista que não acontece desde 2019. Mas não é só isso. A forma como Filipe Luís está montando o time mostra uma mudança de mentalidade: menos dependência de jogadores individuais, mais coletivo, mais inteligência tática. Isso pode ser o futuro do futebol brasileiro: não mais apenas talento bruto, mas estrutura, adaptação e disciplina.

Na outra semifinal, Atlético Mineiro e Boca Juniors se enfrentam. O vencedor enfrentará o Flamengo na final da CONMEBOL Libertadores 2024Estádio Monumental de Lima, em 1º de novembro. Mas antes disso, há uma batalha em Avellaneda. E o Flamengo não está apenas jogando por um título. Está jogando por identidade.

O que vem depois?

O que vem depois?

Se o Flamengo avançar, a final em Lima será um momento histórico. Mas mesmo se perder, a forma como o time está sendo construído por Filipe Luís — com jovens como Saúl Coco e Pulgar em papéis centrais — indica que o clube está construindo algo duradouro. A perda de Pedro pode ser uma oportunidade para outros se destacarem. E se o time vencer, será a primeira vez desde 2019 que um clube brasileiro conquista a Libertadores fora de casa em uma final. Isso mudaria o jogo.

Frequently Asked Questions

Como a ausência de Pedro afeta o Flamengo na frente?

A perda de Pedro, que marcou o gol no primeiro jogo, força o Flamengo a adotar um ataque mais coletivo. Giovanny Plata, de 33 anos, assume o papel de referência, mas sem a velocidade e finalização do centroavante. A solução está em criar espaços com Carrascal e Luiz Araújo, que cortam para dentro, e em usar a circulação de bola do meio-campo para gerar chances. A equipe não depende mais de um único artilheiro — e isso pode surpreender o Racing.

Por que Filipe Luís escolheu Pulgar no meio-campo?

Pulgar é o único jogador do elenco com experiência em ligas europeias e partidas de alto nível na América do Sul. Sua capacidade de ler o jogo, recuperar bolas e distribuir com precisão é essencial para controlar o ritmo em Avellaneda, onde o Racing pressiona forte. Ele também é o único que já jogou sob o comando de Filipe Luís na seleção chilena — uma conexão tática que o técnico valoriza acima de qualquer nome famoso.

O que torna La Catedral tão difícil para visitantes?

La Catedral é um estádio antigo, com gramado irregular, arquibancadas muito próximas e uma torcida que não para de cantar. O clima em outubro em Avellaneda é frio e úmido, o que afeta a bola e a respiração. Times como Corinthians, River Plate e Santos já perderam por 0 a 1 lá, mesmo sendo favoritos. A pressão psicológica é tão grande quanto a técnica. O Flamengo precisa manter a calma — e não se deixar levar pelo barulho.

Quem é o maior risco do Racing na partida?

Adrián Martínez, de 27 anos, é o principal perigo. Ele marcou o gol no primeiro jogo e tem uma taxa de finalização de 42% nos últimos cinco jogos da Libertadores. Mas o verdadeiro risco é a transição: quando Zuculini e Almendra lançam Gaich ou Solari em contra-ataques, o Flamengo pode ser pego com a defesa avançada. A chave é manter a linha de quatro defensores compacta e não ceder espaços entre zaga e meio-campo.

O Flamengo já venceu em Avellaneda na Libertadores?

Nunca. O último confronto entre Flamengo e Racing em Avellaneda foi em 2018, na fase de grupos, e terminou em 1 a 1. Antes disso, em 2000, o Flamengo perdeu por 2 a 1. A pressão é histórica: nenhum time brasileiro venceu o Racing em sua casa em uma partida decisiva da Libertadores. Isso não significa impossível — mas exige perfeição tática e mental.

Qual o impacto da final da Libertadores para o Brasil?

Se o Flamengo vencer, será o primeiro clube brasileiro a conquistar a Libertadores fora de casa desde 2019 — e o primeiro desde 2006 a vencer duas edições consecutivas da competição. Isso fortaleceria a imagem do futebol brasileiro no exterior, especialmente em um momento em que clubes como Palmeiras e São Paulo têm dificuldades em competir na elite. Além disso, a vitória garantiria vaga direta na Copa do Mundo de Clubes da FIFA, com potencial de arrecadar mais de R$ 150 milhões em premiações e patrocínios.

outubro 30 2025 Thalyta Selvatici Machado

Flamengo Racing Club Filipe Luís Avellaneda Libertadores 2024

2 Comentários

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    Maria Luiza Luiza

    outubro 30, 2025 AT 16:34

    Então o Pulgar volta e agora é o messi do meio-campo? Sério? Ele tá com 30 anos e nunca fez nada grande na vida. O Flamengo tá jogando com um ex-jogador do Colo-Colo como gênio tático? Hahaha.

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    Sayure D. Santos

    outubro 30, 2025 AT 17:30

    A transição do Flamengo de um ataque individualista para um modelo estruturado é um marco histórico. A presença de Pulgar como pivot de posse redefine a dinâmica de pressão alta no futebol sul-americano. A eficiência do trio Jorginho-Saúl-Coco é um modelo de engenharia tática.

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