O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) acaba de lançar o edital mais aguardado do ano no serviço público federal: 9.590 vagas temporárias para reforçar a coleta de dados nacionais em 2026. A publicação, feita em 18 de novembro de 2025 no Rio de Janeiro, traz oportunidades para dois cargos essenciais — Agente de Pesquisas e Mapeamento e Supervisor de Coleta e Qualidade — com remunerações que, somadas ao auxílio alimentação, ultrapassam R$ 4 mil. É uma chance rara de ingressar no serviço público sem precisar de ensino superior, e o cronograma já está definido: inscrições abrem na segunda-feira, 19 de novembro, e as provas serão aplicadas em todo o Brasil em 22 de fevereiro de 2026.
Como são distribuídas as 9.590 vagas?
As oportunidades não são iguais para todos. O IBGE segue rigorosamente a Lei nº 12.990/2014, que garante cotas para grupos historicamente excluídos. Das 9.590 vagas, 8.480 são para Agente de Pesquisas e Mapeamento (APM), e 1.110 para Supervisor de Coleta e Qualidade (SCQ).
Para APM:
- 5.512 vagas — Ampla Concorrência
- 2.120 vagas — Candidatos autodeclarados pretos ou pardos
- 254 vagas — Povos indígenas
- 170 vagas — Comunidades quilombolas
- 424 vagas — Pessoas com deficiência
Já para SCQ:
- 715 vagas — Ampla Concorrência
- As demais são distribuídas entre as mesmas categorias de cota, conforme percentuais definidos no edital.
Isso não é apenas um detalhe burocrático. É um sinal claro de que o IBGE entende que a diversidade é essencial para captar a realidade brasileira — e que, sem representatividade, os dados não refletem o país de verdade.
Quanto se ganha e quais são os requisitos?
A remuneração inicial para APM é de R$ 2.676,24, e para SCQ, de R$ 3.379,00. Mas atenção: isso não é tudo. O auxílio alimentação, que varia conforme a região, pode somar até R$ 1.000 por mês. Ou seja, muitos aprovados vão receber mais de R$ 4 mil — um valor significativo, especialmente em regiões com custo de vida mais baixo.
Para concorrer, é preciso ter ensino médio completo. Para o cargo de Supervisor, há uma exigência adicional: a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) de categoria B, válida. Isso faz sentido: os supervisores precisam se deslocar entre municípios para fiscalizar equipes de coleta. A jornada é de 40 horas semanais, oito horas por dia, e o contrato inicial tem duração de até um ano, podendo ser prorrogado — algo comum nesse tipo de seleção, já que os censos e pesquisas do IBGE são ciclos contínuos.
Quem aplica as provas e quando são?
A
Fundação Getúlio Vargas (FGV) volta a ser a organizadora do processo, como já fez em edições anteriores. As provas serão presenciais, em todos os municípios onde houver vagas — o que significa que, mesmo em cidades pequenas, há chance de concorrer. A aplicação está marcada para
22 de fevereiro de 2026, das 8h às 11h, horário de Brasília. Não haverá prova online. Não haverá remarcação por motivo de viagem. O candidato precisa estar no local certo, no dia certo.
As inscrições abrem em 19 de novembro e vão até 11 de dezembro de 2025. Quem tem direito à isenção da taxa de inscrição (R$ 70) também pode pedir nesse mesmo período. O pagamento da taxa, se necessário, deve ser feito até 12 de dezembro. O edital completo está disponível no site da FGV:
conhecimento.fgv.br/concursos/pssibge25.
Um concurso temporário, mas com impacto nacional
Essa seleção não é só mais um processo seletivo. É o motor que impulsiona o
Censo Demográfico 2026 e outras pesquisas fundamentais, como a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD). Os dados coletados por esses agentes e supervisores definem políticas públicas: onde construir escolas, onde direcionar saúde, como distribuir benefícios sociais. Sem eles, o governo opera no escuro.
É por isso que o IBGE recorre à Lei nº 8.745/1993 — que permite contratações temporárias para “necessidade temporária de excepcional interesse público”. Essa é uma das poucas formas legais de o Estado contratar milhares de profissionais em curto prazo, sem concursos efetivos. E, embora o contrato seja temporário, muitos agentes acabam sendo efetivados em outras áreas da instituição — ou se tornam referência em suas regiões.
Paralelo: o concurso efetivo que ainda está em andamento
Enquanto isso, o IBGE ainda está convocando os aprovados do último concurso efetivo, realizado no âmbito do Concurso Nacional Unificado (CNU), que ofereceu 895 vagas para cargos como Analista, Tecnologista e Pesquisador. As nomeações foram homologadas em março de 2025 e o certame tem validade até março de 2026. Os salários vão de R$ 3.741,84 a R$ 9.252,40 — bem superiores aos das vagas temporárias — mas exigem nível superior e provas mais complexas. A diferença é clara: uma é uma porta de entrada, a outra é um passo avançado.
O que vem depois?
O próximo grande desafio do IBGE será o Censo 2026, o primeiro totalmente digital em grande escala. Isso significa que os agentes vão usar tablets, aplicativos e sistemas de georreferenciamento. A formação será intensa, mas também uma oportunidade de adquirir habilidades digitais valiosas. Muitos que hoje são agentes temporários podem se tornar técnicos de TI, analistas de dados ou gestores de projetos dentro do próprio IBGE — se demonstrarem desempenho.
Frequently Asked Questions
Quem pode se inscrever no concurso do IBGE 2025?
Qualquer pessoa com ensino médio completo pode se inscrever para Agente de Pesquisas e Mapeamento. Para Supervisor de Coleta e Qualidade, é necessário ter CNH categoria B válida. Não há exigência de experiência anterior, e as cotas para pretos, pardos, indígenas, quilombolas e pessoas com deficiência são garantidas por lei. A inscrição é feita exclusivamente online, pelo site da FGV.
As vagas são para todo o Brasil?
Sim. As 9.590 vagas estão distribuídas em todos os estados e em centenas de municípios, especialmente nas regiões com maior densidade populacional e menor acesso a dados. O edital detalha a distribuição por unidade da federação no Anexo I. Mesmo em cidades pequenas, há chances — o IBGE precisa de agentes em todos os cantos do país para garantir a representatividade das pesquisas.
A remuneração é fixa ou varia por região?
A base salarial é nacional, mas o auxílio alimentação varia conforme o custo de vida da região onde o agente atuará. Em áreas mais caras, como São Paulo ou Rio de Janeiro, o valor pode chegar a R$ 1.000. Em cidades do interior, costuma ser menor, mas ainda significativo. O valor exato será informado no momento da admissão, conforme o município de lotação.
Há chance de virar efetivo depois desse concurso?
O contrato é temporário, mas o desempenho conta. Muitos agentes que se destacam nas pesquisas são chamados para outras funções dentro do IBGE, inclusive em concursos internos ou em cargos de apoio. Além disso, a experiência adquirida é um diferencial valioso para concorrer a futuros editais de nível superior. Não é garantia, mas é uma porta aberta.
Por que o IBGE precisa de tantos agentes temporários?
Porque o Brasil é imenso. O Censo Demográfico visita 70 milhões de domicílios em 5.570 municípios. Isso exige mais de 100 mil profissionais em campo, e os efetivos do IBGE são poucos — cerca de 5 mil. Os temporários são o braço operacional que faz a coleta real acontecer. Sem eles, o país não sabe quantas pessoas vivem onde, nem como vivem — e isso afeta desde o repasse de recursos até a construção de estradas e hospitais.