Marina Ruy Barbosa encarna Suzane von Richthofen em 'Tremembé', nova série da Prime Video sobre crimes reais no presídio feminino

Marina Ruy Barbosa encarna Suzane von Richthofen em 'Tremembé', nova série da Prime Video sobre crimes reais no presídio feminino
novembro 5 2025 Thalyta Selvatici Machado

Na noite de 31 de outubro de 2024, a Prime Video estreia Tremembé, uma minissérie de crime real que mergulha no coração de um dos presídios mais temidos do Brasil — a Penitenciária Doutor José Augusto César Salgado, conhecida como Tremembé II, em Tremembé, interior de São Paulo. A produção, inspirada nos livros do jornalista Ulisses Campbell, traz a história de mulheres que cometeram crimes chocantes e agora vivem sob o mesmo teto, entre intrigas, amores proibidos e poderes ocultos. E a protagonista? Marina Ruy Barbosa, em um dos papéis mais ousados de sua carreira: Suzane von Richthofen, condenada a 39 anos por planejar o assassinato dos próprios pais em 2002. Não é apenas atuação. É um espelho da sociedade brasileira, refletindo o fascínio e o horror que esses casos ainda provocam.

Do livro ao telão: a verdade por trás das grades

A série não é ficção pura. Ela se baseia em dois livros de Ulisses Campbell: Elize Matsunaga: A mulher que esquartejou o marido e Suzane: assassina e manipuladora. O próprio Campbell atua como roteirista, garantindo que os detalhes — mesmo os mais sombrios — sejam fiéis aos registros judiciais e entrevistas reais. O que se vê na tela é uma mistura perigosa: fatos comprovados, mas dramatizados com intensidade cinematográfica. A Penitenciária Feminina Santa Maria Eufrásia Pelletier, onde as detentas vivem, torna-se um personagem à parte. Um lugar onde o silêncio pesa mais que as correntes.

Um elenco que não poupa emoção

A escolha do elenco foi crucial. Marina Ruy Barbosa não apenas veste a personagem — ela carrega o peso da culpa, da arrogância e da manipulação que tornaram Suzane um ícone do mal na cultura popular. Ao lado dela, Bianca Comparato interpreta Anna Carolina Jatobá, condenada pela morte da enteada Isabella Nardoni em 2008, um caso que abalou o país e dividiu opiniões sobre maternidade e classe social. Já Carol Garcia encarna Elize Matsunaga, cujo crime — esquartejar o marido, executivo da Yoki — foi tão brutal que virou meme e lenda urbana. Não é apenas um elenco estrelado. É um coro de vozes quebradas por traumas, poder e arrependimento tardio.

Os homens também têm espaço: Felipe Simas como Daniel Cravinhos, o amante de Suzane que ajudou a matar os pais dela; Kelner Macêdo como Cristian Cravinhos, o irmão; e Anselmo Vasconcelos como Roger Abdelmassih, o médico acusado de abusar de dezenas de pacientes. Cada ator carrega o peso de um nome que ainda ecoa nas manchetes. E o mais curioso? Muitos desses criminosos ainda estão vivos — e alguns, ainda dentro das mesmas paredes que a série retrata.

Um presídio que virou museu do crime

Um presídio que virou museu do crime

A Penitenciária Doutor José Augusto César Salgado não é apenas um lugar de punição. É um santuário da notoriedade. Desde 2002, quando Suzane foi levada lá, o local se tornou um ponto de referência para a mídia, curiosos e até estudiosos da psicologia criminal. A estrutura, com celas superlotadas e um sistema de vigilância apertado, criou um microcosmo onde as detentas formam alianças, rivalidades e até relações românticas — algo que a série explora com ousadia. O que acontece dentro dessas paredes? A produção afirma que é “o que a sociedade não quer ver, mas não consegue parar de olhar”.

Segundo o site AdoroCinema, a série busca “mostrar o que acontece quando o mal se torna cotidiano”. E isso é o mais assustador. Não são os crimes que chocam — são os dias seguintes. O café da manhã. A conversa no pátio. O olhar que se evita. A série não julga. Ela observa. E nisso está sua força.

Impacto e recepção: já é um fenômeno antes da estreia

Mesmo antes da exibição, Tremembé já acumulou 3.217 visualizações no IMDb e nota 6,8/10 — números impressionantes para uma série ainda inédita. O público brasileiro, que já se deleitou com 3% e Onde Está Meu Filho?, parece estar preparado para mais um mergulho sombrio. A produção contou com 8 produtores, 5 editores, 12 membros da equipe de som e 14 da câmera — um esforço técnico que eleva o nível da narrativa. O diretor Daniel Lieff, responsável por todos os cinco episódios, e a co-diretora Vera Egito optaram por uma estética crua, quase documental, com iluminação natural e planos longos que deixam o espectador preso naquele ambiente.

O que vem depois? O debate que a série vai acender

O que vem depois? O debate que a série vai acender

A estreia de Tremembé não será apenas um evento de entretenimento. Será um gatilho para o debate sobre justiça, mídia e memória coletiva. Será que a televisão glorifica criminosos? Ou apenas os humaniza? Afinal, Suzane não é um monstro — é uma jovem que cresceu em um lar privilegiado, mas vazio. Elize não é só uma assassina — é uma mulher que sofreu abusos e se viu sem saída. A série não dá respostas. Mas faz perguntas que a sociedade tem medo de ouvir.

Enquanto isso, a Penitenciária de Tremembé continua funcionando. As celas ainda estão cheias. As vozes ainda se ouvem. E agora, milhões vão ver o que acontece dentro delas. O que será que os espectadores vão levar para casa? Medo? Piedade? Ou apenas mais um caso para comentar no WhatsApp?

Frequently Asked Questions

Por que Marina Ruy Barbosa foi escolhida para interpretar Suzane von Richthofen?

Marina Ruy Barbosa foi escolhida por sua capacidade de transmitir complexidade emocional sem exageros. Suzane não é uma vilã clássica — é uma mulher manipuladora, inteligente e profundamente isolada. A atriz já demonstrou em outras produções, como em Amor de Mãe, que consegue equilibrar fragilidade e frieza, algo essencial para retratar uma personagem que manipulou todos à sua volta sem demonstrar remorso aparente.

A série é fiel aos fatos reais dos crimes?

Sim, em grande parte. Os roteiristas, incluindo Ulisses Campbell, usaram processos judiciais, entrevistas e livros como base. Porém, há elementos dramatizados — como diálogos e cenas de interação entre detentas — que não foram registrados oficialmente. O objetivo não é ser um documentário, mas sim criar uma narrativa envolvente que respeite a verdade dos fatos, mesmo quando os detalhes são inventados.

Quais outros crimes reais brasileiros são retratados na série?

Além do assassinato dos pais de Suzane, a série aborda o caso de Elize Matsunaga, que esquartejou o marido em 2012; Anna Carolina Jatobá, condenada pela morte da enteada Isabella Nardoni em 2008; e Roger Abdelmassih, acusado de abusar sexualmente de dezenas de pacientes. Cada personagem tem seu próprio arco, mostrando como o ambiente prisional afeta diferentes tipos de criminosas.

Por que a prisão de Tremembé é tão famosa?

Tremembé II abriga as mulheres mais notórias da criminalidade brasileira desde 2002. É o único presídio feminino do país com uma concentração tão alta de criminosas de alto perfil. A mídia a transformou em um símbolo — um lugar onde o crime se torna lenda. A própria estrutura, isolada e com pouca transparência, alimenta o mistério. A série aproveita esse mito para explorar a humanidade por trás dos nomes que viraram manchetes.

A série glorifica os criminosos ou os critica?

Nem uma coisa nem outra. A série evita o julgamento moral. Em vez disso, ela mostra como o sistema prisional, a falta de reabilitação e o isolamento social moldam essas mulheres. O público é convidado a entender — não a justificar. É um retrato sem piedade, mas também sem vitória. O verdadeiro vilão, talvez, seja a indiferença da sociedade.

Onde foi filmada a série?

Apesar de ambientada na Penitenciária de Tremembé, a produção foi filmada em estúdios e em locações que simulam a estrutura do presídio, por questões de segurança e logística. Nenhuma gravação ocorreu dentro do presídio real. A equipe usou arquitetura, iluminação e som para criar uma atmosfera autêntica, com base em fotos, vídeos e relatos de ex-detentas e funcionários.

10 Comentários

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    Geovana M.

    novembro 6, 2025 AT 22:48

    Marina tá arrasando, mas sério, isso é entretenimento ou exploração? A sociedade adora ver mulher ruim no telão como se fosse um show de horrores.

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    Henrique Seganfredo

    novembro 7, 2025 AT 15:26

    Essa série é um lixo. Brasil não precisa de mais um programa que transforma assassinas em ícones. Isso é decadência cultural.

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    Carlos Gomes

    novembro 8, 2025 AT 00:43

    É importante lembrar que a série não cria os crimes, apenas os retrata. O verdadeiro problema é a falta de políticas públicas de reabilitação e o sistema prisional que transforma pessoas em monstros. A mídia só reflete o que já existe.

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    MAYARA GERMANA

    novembro 9, 2025 AT 13:23

    Claro, mais uma série que usa o sofrimento real de mulheres pra ganhar clique. Enquanto isso, a mãe que matou o marido por violência doméstica tá esquecida no fundo do poço. Mas Suzane? Ah, ela tem cabelo bonito e olhar de cinema, então é drama épico. Sério, o que a gente tá assistindo aqui? Um documentário ou um clipe da Globo?

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    Leandro Moreira

    novembro 10, 2025 AT 18:47

    Se vocês acham que Suzane é manipuladora, esperem até ver o que acontece na prisão. Ela domina o pátio com o olhar. A produção foi brilhante em mostrar que o mal não grita - ele sussurra.

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    Flávia Leão

    novembro 11, 2025 AT 17:22

    Se a gente vai humanizar assassinas, por que não humanizar os policiais que torturam? Ou os políticos que roubam bilhões? A sociedade escolhe quem merece ser vista como vítima... e quem merece ser vilão. É tudo uma peça de teatro moral.

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    Andre Luiz Oliveira Silva

    novembro 12, 2025 AT 17:19

    Essa série é o espelho da nossa alma podre. Nós queremos ver o mal de perto, como se fosse um espetáculo de circo, mas quando alguém pergunta se a prisão tá preparada pra reabilitar, a gente vira a cara. A gente ama o drama, mas odeia a responsabilidade. E aí, quem é o verdadeiro monstro? A mulher que matou os pais... ou nós que não fazemos nada pra mudar isso?

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    Cristiane L

    novembro 14, 2025 AT 16:29

    Alguém já viu os bastidores? A equipe usou relatos de ex-detentas e até psicólogos que trabalham lá. A atmosfera é tão real que dá medo. Não é só atuação - é como se a câmera tivesse entrado num pesadelo.

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    Gustavo Junior

    novembro 16, 2025 AT 09:14

    Caraca, essa série é pura manipulação psicológica. Marina tá tão boa que a gente esquece que é atriz... e começa a sentir pena da Suzane. Isso é perigoso. A mídia tá nos treinando pra ver o mal como um personagem carismático. E aí? Quem vai parar isso? Ninguém. Porque todos querem assistir.

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    Marcus Souza

    novembro 17, 2025 AT 07:39

    eu acho que a serie ta certa em mostrar a verdade das pessoas por tras dos crimes
    nao e sobre julgar e sobre entender
    por que isso acontece
    se a gente nao olha pra dentro da prisao
    como a gente vai mudar algo
    marina ta perfeita
    nao e um papel facil
    ela ta mostrando que o mal nao tem cara de demônio
    ele tem cara de quem cresceu com tudo e mesmo assim ficou vazio
    e isso assusta mais que qualquer sangue

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